Hoje é o teu dia, o teu momento de glória, ou não. Se fosses
pai de verdade não passavas por mim e me ignoravas, lembravas-te de quando é o
meu aniversário, sabias do que gosto do que tenho medo, ias arranjar maneira de
estar comigo várias vezes, mas tu não és pai, nunca o foste. Tu provavelmente
pensas que eu te odeio, pensas mal, eu amo-te, amo-te com todo o amor que sinto
cá dentro, talvez com um pouco de raiva e de dor, por eu não te poder ter
presente neste dia, ou nos outros todos. Sabes as vezes ouço as minhas amigas
dizerem que não gostam do pai, porque ele é controlador, porque não as deixa namorar, ou porque as vezes as tenta chamar para a realidade e eu penso para
mim, eu gostava tanto de ter o meu pai aqui, que ele me protege-se dos meninos,
que todas as noites me desse um beijo na bochecha, que me dissesse vezes sem
conta que me amava e que eu era a sua princesa, por que motivo não pode ser
assim, podes explicar-me? Eu tenho tanta vontade de chorar, por eu ter uma pai
que não vale nem um pouco do que eu sinto por ele, não tens vergonha quando se deitas, quando andas, quando vives, eu quero chorar e esconder-me porque eu
tenho vergonha por ti, vergonha por teres magoado uma parte de mim, por teres olhado na
minha cara e nem um sorriso foste capaz de dar. Podias nem me dar assim tanto
valor, desde que me ligasses para saber como eu estou, desde que me mostrasses
que continuo a ser eu a menina do teu coração. Diz-me que ninguém ocupou o meu
lugar, diz-me que não estas a dar o carinho que é meu a outra pessoa, diz-me que
continuas a amar-me como amaste no primeiro dia que me viste e soubeste que era
igual a ti, diz-me só que eu não desapareci no tempo. Faz o meu coração ficar
orgulhoso e volta, abraça-me e diz que me amas mais uma vez, e eu vou perdoar porque
eu continuo a pensar em ti, e a não querer ter-te longe de mim. Seja raiva ou
amor, amo-te a valer.
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