terça-feira, 20 de março de 2012

pai .


Hoje é o teu dia, o teu momento de glória, ou não. Se fosses pai de verdade não passavas por mim e me ignoravas, lembravas-te de quando é o meu aniversário, sabias do que gosto do que tenho medo, ias arranjar maneira de estar comigo várias vezes, mas tu não és pai, nunca o foste. Tu provavelmente pensas que eu te odeio, pensas mal, eu amo-te, amo-te com todo o amor que sinto cá dentro, talvez com um pouco de raiva e de dor, por eu não te poder ter presente neste dia, ou nos outros todos. Sabes as vezes ouço as minhas amigas dizerem que não gostam do pai, porque ele é controlador, porque não as deixa namorar, ou porque as vezes as tenta chamar para a realidade e eu penso para mim, eu gostava tanto de ter o meu pai aqui, que ele me protege-se dos meninos, que todas as noites me desse um beijo na bochecha, que me dissesse vezes sem conta que me amava e que eu era a sua princesa, por que motivo não pode ser assim, podes explicar-me? Eu tenho tanta vontade de chorar, por eu ter uma pai que não vale nem um pouco do que eu sinto por ele, não tens vergonha quando se deitas, quando andas, quando vives, eu quero chorar e esconder-me porque eu tenho vergonha por ti, vergonha por teres magoado uma parte de mim, por teres olhado na minha cara e nem um sorriso foste capaz de dar. Podias nem me dar assim tanto valor, desde que me ligasses para saber como eu estou, desde que me mostrasses que continuo a ser eu a menina do teu coração. Diz-me que ninguém ocupou o meu lugar, diz-me que não estas a dar o carinho que é meu a outra pessoa, diz-me que continuas a amar-me como amaste no primeiro dia que me viste e soubeste que era igual a ti, diz-me só que eu não desapareci no tempo. Faz o meu coração ficar orgulhoso e volta, abraça-me e diz que me amas mais uma vez, e eu vou perdoar porque eu continuo a pensar em ti, e a não querer ter-te longe de mim. Seja raiva ou amor, amo-te a valer.

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