segunda-feira, 29 de outubro de 2012

um mês.



Hoje quando levantei da cama e reparei que era mais uma manhã fria, peguei o casaco e fui tomar um leite quente. Procurei minha mãe e me perdi quando o sol começou a invadir a casa pela fenda da janela, dei um sorriso meio falso e tive esperança que hoje eu ia sair e me divertir como a muito eu já não fazia. Eu fui me olhar no espelho, a minha cara continuava triste, os meus olhos estavam borrados da maquilhagem depois de mais uma noite a chorar, meu pijama tresandava, meu cabelo estava desarranjado, uma ponta caída outras quantas no ar e umas pontas atadas, lavei a cara com água fria e meti-me no banho. Passado um bom tempo sai e procurei a minha melhor roupa, meus melhores sapatos, a minha maquilhagem mais vistosa. Depois de tudo feito me olhei no espelho e parecia feliz, um pouco bonita diria eu. Ouvi minha mãe gritar o meu nome e fui ver o que queria, ela me perguntou que dia era hoje, eu respondi que hoje era dia 28. Ela continuou a falar mas sou sincera nem ouvi, porque no momento que eu falei o dia, meu coração disparou, minha cabeça começou a rodar e meus olhos voltaram a chorar, hoje era o dia em que havias partido, a um mês atrás. Não lhe dei tempo de perguntar o que se tinha passado, corri pela casa e entrei no quarto e me atirei na cama. Talvez meus choros se tenham ouvido do outro lado do oceano, do outro lado do mundo, mas eu não queria saber, eu não conseguia conter-me. Eu lembrei de novo das suas palavras, da força brusca como eu te perdi, dos motivos que te levaram a fazer isso. Levantei da cama e arranquei minhas roupas, limpei minha maquilhagem, fui na frente do espelho e reparei o quanto ridícula e fraca eu era e chorei mais ainda. Daí eu toquei minha cara, meu corpo, e eu quebrei o espelho na hora, minha mão ficou sangrando, minha dor era grande mas não tão grande quanto a dor do meu coração, quanto a dor da saudade, a dor da distância. Eu liguei o computador, e fiquei vendo suas fotos, o texto que você me escreveu, li o histórico das nossas conversas e aí eu me deixei levar por uma tristeza sem volta. Depois eu lembrei de entrar no msn e você não estava lá, agora quase nunca estava, sua rotina já não era igual, tal como os seus planos. Comecei a supor o que você estaria a fazer, sua nova namorada estava em todas as suposições e isso me doía mais ainda, minha vontade foi de me atirar da janela naquele momento, mas me contive e deitei de novo. Queria que o sono chega-se, que o por do sol chega-se, que as forças chegassem, que você chegasse, mas nada chegou. Então limpei minhas lágrimas, sentei na cadeira, peguei uma folha, uma caneta, e escrevi.  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

o amor tudo mudou.


Os ventos que correm desta vez são frios. Já não são como nas tardes de verão em que o ar era quente e o sol brilhava forte. Hoje os meus lábios estão mortos, pois agora os teus não colam mais neles a todo o momento. O meu coração está partido e ao mesmo tempo vazio, pois as tuas palavras já não o fazem palpitar. Os rios já não correm, secaram assim como as lágrimas que já não sou capaz de soltar. As folhas com o outono estão fracas e acabam por cair. Tal como eu. A torneira da minha cozinha continua a pingar, isso é a única coisa que continua igual. Maldito amor que desde que se foi, nada tem mais cor, nada é igual.

Actualmente temos um lugar pequeno na nossa sociedade. Com o aparecimento das tecnologias e da evolução dos pensamentos, o ser humano tem vindo a ser substituído. E a cada dia que passa, á mais uma boca que se cala, mais uma revolta que se guarda, pergunto-me por quanto tempo. Por quanto tempo aguentaram a sua revolta, as suas opiniões e conselhos para está sociedade pobre e quase perdida. Por isso cada vez mais me parece importante que as pessoas se expressem, que se revelem e sejam livres, se não são capazes de sair a rua e gritar, pelo menos que sejam corajosos o suficiente para passar as suas ideias para o papel, que sejam capazes de dizê-las em voz baixa, deixar sair, deixar as palavras ao sabor do vento, deixar…deixar que o pensamento critico se solte. Questionem os erros, as felicidades, questionem a sociedade, questionem-se sobre uma solução, questionem-se sobre a vossa própria existência e sobre tudo questionem. O que seria de nós se pensasse-mos todos iguais, qual seria o resultado de um mundo onde ninguém se expressa? Séria um mundo desinteressante e acima disso um acumular de palavras. Vou ser bastante direta, actualmente ninguém se expressa, todos falam na escuridão da noite ou na madrugada. Mais ninguém é capaz de falar, por medo, por ignorância, por falsidade não sei mais. Todos se queixam do rumo que o país, o mundo está a levar, mas esquecem-se que talvez a resolução esteja na palavra. Com a evolução o que não falta são opções para usarmos o pensamento crítico mas com tranquilidade e inteligência e quem sabe possamos marcar o mundo com o dom da palavra. Por isso fala e mostra que o mundo mudou, mas o teu pensamento contínua firme.