domingo, 28 de abril de 2013

Medo.


A verdade é que o passado para mim nunca está suficientemente enterrado. Nada na minha vida se vai totalmente. E isso deixa marcas incapazes de serem curadas, medos que não se podem superar e caminhos que fico impedida de percorrer. Tudo por medo, maldito medo. Medo de sofrer. Medo de não ser o suficiente. Medo da partida. O medo me consome. Me fere. Me impede de viver. Afinal nada nunca vai estar bem, nem que a minha vida seja inundada por uma paz profunda. Mesmo que eu viva sorrindo e que os dias sejam banhados por um sol quente e luminoso. Nunca nada estará bem.

domingo, 14 de abril de 2013

mo


 A verdade é que as coisas certas nunca acontecem no tempo certo nem no lugar certo. Talvez as coisas não sejam feitas para dar certo. Talvez a distância seja uma forma de mostrar que não fomos feitos para ficar juntos. Ou talvez sim. Eu tento acreditar que desta vez chegou o meu momento de brilhar, mas afinal quantas vezes eu pensei isso e no final eu morri de dor? Mas por mais que as dores do passado me atormentem eu sei que tenho de supera-las, apaga-las, vence-las, afinal porque te culparia pelos erros dos outros? Talvez eu vá perder as forças infinitas vezes, eu vou ficar triste e com vontade de desistir, mas vão ser as tuas palavras doces, a beleza deste amor que carrego no peito que me fará aguentar mais um dia, mais um mês, mais uma eternidade. Porque te amo. Quem sabe se no futuro não vamos nós arrepender da nossa escolha, ou talvez não, só sei que guardo comigo a certeza de que vou sempre recordar todos os momentos que já vivi contigo e todos aquele que vou viver. Porque afinal no amor não podemos viver seguros, as coisas são incertas, loucas e na maioria dolorosas, mas existe sempre um pedaço que é gostoso, que é alegria. Amor é isso mesmo, atirar-se de cabeça sem saber se a outra pessoa vai nos agarrar e cuidar de nos. Cuida de mim? 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Agora.

Hoje o dia havia sido dolorosamente longo, mas a noite parecia-me pior. Até que li o que não queria ler e que hoje era incapaz de aguentar e desfiz-me em lágrimas. Até agora não consegui contê-las, a noite já passou a madrugada acabará de começar. Amanhã tenho aulas cedo, mais uma coisa que não me anima, o facto de ter que fingir que tudo está bem, quando na verdade a única coisa que resta em mim é um enorme buraco no peito. Na tentativa de o sono chegar e as lágrimas cessarem, carreguei num botão e o quarto inundou-se de som e gargalhadas, estava a dar uma série divertida na televisão, pensei que nada me levaria aquela dor mas por momentos ri quando um homem se aventura num pequeno caminho e acaba por cair de cara no chão. Após alguns minutos a rir, parei e cai novamente na triste realidade, de que me riu? Dá dor do pobre homem que assim como eu se ariscou num caminho pequeno demais e caiu de cara no chão, porque me estou a rir de mim mesma? E as lágrimas voltaram a invadir-me, agora mais intensas. Será que tal como eu me ri dele, outros se riem de mim? Claro que sim. E ao aperceber-me disso vi-me enrolada nós meus próprios braços, devido a falta de alguém para fazê-lo, alguém capaz de fazê-lo e a medida que essas tristes realidades me chegavam a dor era cada vez maior. E no final de tudo eu só pude perceber que a dor nunca tinha ido embora, eu apenas tentei esconde-la, mas bastou uma noite mais fria e uma frase incapaz de ler e eu cai novamente no abismo que a tanto tempo tento subir, e que a dor tende em me puxar de novo para lá, ou pior que isso, onde todos acabam por me largar ou me empurrar para tombar. E sabe o que dói mais? Não ter um lugar para onde correr e cuidar essa dor que está a matar-me, ou que provavelmente já me matou.