quinta-feira, 4 de abril de 2013

Agora.

Hoje o dia havia sido dolorosamente longo, mas a noite parecia-me pior. Até que li o que não queria ler e que hoje era incapaz de aguentar e desfiz-me em lágrimas. Até agora não consegui contê-las, a noite já passou a madrugada acabará de começar. Amanhã tenho aulas cedo, mais uma coisa que não me anima, o facto de ter que fingir que tudo está bem, quando na verdade a única coisa que resta em mim é um enorme buraco no peito. Na tentativa de o sono chegar e as lágrimas cessarem, carreguei num botão e o quarto inundou-se de som e gargalhadas, estava a dar uma série divertida na televisão, pensei que nada me levaria aquela dor mas por momentos ri quando um homem se aventura num pequeno caminho e acaba por cair de cara no chão. Após alguns minutos a rir, parei e cai novamente na triste realidade, de que me riu? Dá dor do pobre homem que assim como eu se ariscou num caminho pequeno demais e caiu de cara no chão, porque me estou a rir de mim mesma? E as lágrimas voltaram a invadir-me, agora mais intensas. Será que tal como eu me ri dele, outros se riem de mim? Claro que sim. E ao aperceber-me disso vi-me enrolada nós meus próprios braços, devido a falta de alguém para fazê-lo, alguém capaz de fazê-lo e a medida que essas tristes realidades me chegavam a dor era cada vez maior. E no final de tudo eu só pude perceber que a dor nunca tinha ido embora, eu apenas tentei esconde-la, mas bastou uma noite mais fria e uma frase incapaz de ler e eu cai novamente no abismo que a tanto tempo tento subir, e que a dor tende em me puxar de novo para lá, ou pior que isso, onde todos acabam por me largar ou me empurrar para tombar. E sabe o que dói mais? Não ter um lugar para onde correr e cuidar essa dor que está a matar-me, ou que provavelmente já me matou.

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