domingo, 25 de novembro de 2012

mentira.


Dizem que admitir é o primeiro passo para resolver o problema, e eu agora percebi, eu consigo ver o problema transparecer quando eu me olho no espelho ou quando meus pulsos choram. Quando alguém me olha eu não gosto da sensação  não gosto quando alguém toca no meu corpo, não gosto que falem de comida na minha frente, não gosto do que vejo, não gosto do que vivo.  Eu sei que todos julgam, mesmo que falem que não se importam em qualquer momento do dia vão olhar e falar algo. As pessoas não medem as palavras e pior não sabem o peso que elas têm, o efeito que elas podem ter em alguém. Eu falei a todos que não voltei a fazê-lo eu menti, menti a mim mesma, tentei virar minha dor, mas a dor vive aumentando. Eu preciso de deixar os sentimentos no papel, nem que no final o vento o leve e ninguém saiba o peso da minha dor, o vazio da minha alma. Só quem olha no fundo dos meus olhos sabe a dor que eu sinto, em quantos pedaços o meu coração está, quantas lágrimas eu largo quando eu deito, a confusão que está a minha cabeça, mas enfim ninguém percebe. Agora todos sabem, eu nunca parei realmente de me cortar.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

história de amor a distânicia


Era uma manhã de domingo, o sol estava mais forte que o habitual, mas tirando isso tudo estava igual era apenas mais um dia das férias daquele verão infernal. Pensei em ficar deitada na cama até esse dia passar, mas cada segundo parecia valer uma eternidade então levantei da cama, tomei meu leite quente com chocolate e liguei a televisão, até a programação nesse dia estava contra mim, logo desliguei. Então resolvo sentir o sol no meu rosto e ouvir o cantar doce dos passarinhos livres e felizes, ao contrário de mim. Desde o dia da tua partida que já mais nada bate certo, não sei se é a falta dos teus abraços, das tuas palavras ou se é do vazio que deixaste dentro de mim. Continuo a ser incapaz de sorrir, de sair, de entrar em qualquer rede social, pois não quero saber o que tens feito, pois é provável que já tenhas seguido caminho, ao contrário de mim. Pois eu ainda não consigo entender a falsidade e a duração desse teu amor. Ao final de um mês de noites sem dormir, de dias passados em baixo do cobertor, resolvi fazer algo de novo, olhar-me no espelho como a muito já não fazia. A minha cara continuava triste, os meus olhos estavam borrados da maquilhagem depois de mais uma noite a chorar, o meu pijama tresandava, o meu cabelo estava desarranjado, uma ponta caída outras quantas no ar e umas pontas atadas, lavei a cara com água fria e meti-me no banho. Apesar de ainda doer hoje era o dia, hoje era o dia de cuidar de mim, mesmo que fosse apenas para ficar a frente da tela do computador, assim o fiz. No final de todo esse tempo de arranjo resolvi pegar no computador entrar nas redes sociais e avisar ao mundo que estava finalmente de volta. Quando entrei tinha um monte de mensagem a perguntar como estava a maioria de pessoas que nem se importariam com a resposta e a essas respondi ironicamente que sim, mas na verdade o meu coração doía demais, e os meus olhos não mentiam. Tinha vários pedidos de amizade um deles que me chamou a atenção por o seu nome ser diferente do normal, por a sua cara redonda e querida, pelos seus lábios carnudos que eu naquele momento tive vontade de tocar. Num impulso meti conversa com ele e para minha supressa ele respondeu com um –oi princesa- o que de momento me cativou. Fiquei assim durante horas naquela troca de palavras e sem me aperceber o coração já pouco doía, e o meu sorriso por segundos foi verdadeiro. Estar ali naquele clima de cumplicidade fez-me sentir algo satisfeita por ter tentado esquecer por momentos o mundo real. Aquele alguém que eu pouco conhecia, fez-me entender que pequenas coisas fazem a diferença. Até que ele me perguntou porque motivo tinha demorado tanto tempo a responder ao seu pedido de amizade, por segundos voltou um pouco de tudo e calmamente respondi –passei por uma fase má, problemas amorosos- fiquei ansiosa e receosa de qual seria a tua resposta. Depois de algum tempo a escrever a resposta finalmente chegou vou cita-la – sabes princesa a vida muitas vezes é assim, faz cair quem mais merece estar no topo, mas um dia tudo muda, um dia chega a pessoa certa e a vida não poderá fazer nada para destruir essa felicidade, é apenas uma questão de tempo, de esperança - naquele momento senti lágrimas deslizarem sobre o meu rosto fiquei sem saber o que dizer, pois era tão verdade, tão verdade que chegava a doer eu não conseguir finalmente alcança-la. Respondi que iria ficar no meu canto até que essa tal pessoa chega-se, respondeste –eu vou chegar- e numa rapidamente corrigiste e disseste – vai chegar- queria saber mais de ti, mais sobre esse teu jeito querido que me cativava mais a cada segundo que passava, mas chegará a hora de eu sair, tinha combinado ir as compras com uma das minhas melhores amigas e estava bastante atrasada então despedi-me e sai. Quando estava a lavar os dentes antes de sair olhei-me no espelho e lembrei de quando me chamaste princesa, como eu adorava que me chamassem de princesa e a muito que não o faziam, enquanto estava perdida nos meus pensamentos a Madalena (a tal rapariga com quem combinei ir ao cinema) já me tinha ligado cerca de 5 vezes, peguei no casaco despedi-me da minha mãe com um beijo e sai. Ela estava a minha espera dentro do carro com mãe, estavam ambas a rir-se e só quando olhei para baixo ao descer as escadas entendi, tinha-me esquecido de calçar as sapatilhas. Entrei num passo em casa e noutro sai, ao entrar no carro a Madalena disse que não estava com tão mau aspeto como comentavam e começou a falar-me do que se tinha passado na minha ausência. Entendi que nada tinha mudado, as pessoas continuavam a importar-se apenas com elas próprias, os sofrimentos no amor continuavam sem cura, a chuva continuava a cair do céu, nada de importante tinha mudado. Na chegada ao centro comercial, para felicidade da minha amiga este era um dia em que os rapazes resolveram invadir literalmente o centro comercial. A mim não me fazia diferença, uns tempos fora dessas andanças não me iriam fazer mal. Mas ao final de alguns minutos comecei a ficar algo confusa, pois cada vez que ela me fazia olhar para um rapaz, no meu pensamento surgia o Ueliton (o tal rapaz da internet) ora porque tinha os seus olhos castanhos-escuros ou os seus cabelos pretos e curtos, ora porque tinham os seus olhos brilhantes ou os seus lábios carnudos. Estava a sentir vontade de ir embora e falar com ele, afinal nem sabia ainda qual a idade dele, de onde era, qual era a sua cor preferida, não entendia o porque de tanta curiosidade, mas enfim continuei as minhas compras e no final do dia já a noite eu entrei e para minha infelicidade ele não lá estava, fiquei algo triste, mas deixei o computador ligado a espera que ele entra-se, liguei a música e resolvi experimentar tudo o que havia comprado, quando estava já no final ouvi um som, ele tinha finalmente chegado, não sabia se deveria falar ou deixar que ele viesse falar comigo, mas como a vontade de falar com ele era tanta segui em frente e mandei um olá ao que respondeste – olá, como está a minha princesa melhor?- naquele exato momento sorri e respondi que sim estava melhor. Falamos sobre ambos os nossas dias, os nossos gostos, em tudo parecia-mos diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Até que resolvi perguntar-te de onde eras, demoraste para responder o que me deixou algo assustada, mas resolvi e ler uns textos que por ali passavam até que finalmente respondeste, quando abri a janela da conversa não queria acreditar –Brasil e tu?- era essa a resposta que tinhas dado e eu não sabia se iria responder ou se chorar, pior que isso nem sei porque chorar era uma das opções, respondi que era de Portugal e levei o assunto de forma irónica e disse que agora fazia sentido a cor morena da sua pele e as suas frutas preferidas, ele entrou dentro da brincadeira. Eu na verdade não queria rir, não sei porque mas não me agradava que alguém que em poucos minutos me fez rir estive-se do outro lado do oceano. Mas ignorei isso e continuei a falar com ele pois pensei nisso a tarde toda e não seria agora por isso que eu iria parrar, continuei. Já ficava tarde para mim, mas o sono era coisa que se superava que se recuperava e resolvi ficar mais um pouco. Passado algum tempo disseste-me – querida está a ficar tarde devias ir dormir, quero o melhor para ti- realmente estava a fazer-se tarde e o sono era cada vez maior. Despedi-me e tu mais uma vez fizeste-o de uma forma demasiado querida, eu acho que tu só sabes agir de forma querida. Desliguei o computador vesti o pijama e deitei-me na cama, foi aí que comecei a pensar como aquele dia me tinha feito bem, como aquele rapaz que eu mal conhecia me tinha feito esquecer aquele monte de sentimentos maus e me tinha feito estar feliz um pouco que fosse, sem me aperceber acabei por adormecer. Naquela manhã eu precisava de uma dose de felicidade pela manhã e como era já tarde liguei o computador, eu queria ver se ele mais uma vez lá estava e ao entrar ele logo mandou – bom dia, como dormiu a minha pequena princesa- voltou a cativar-me com algo tão simples, mas eu gostava daquelas pequenas coisas, eu gostava de receber carinho de ser mimada. Continuamos a falar e tu sempre com esse teu jeito querido de ser, essas tuas palavras que deixavam qualquer pessoa de sorriso no rosto. A coração doía menos, parece que o meu amor-passado era mesmo isso passado. Assim foi durante um mês seguido, falava contigo todos os dias, todos os dias nos mimávamos mutuamente e causávamos sorrisos um ao outro. Cheguei a vê-lo várias vezes, a ouvi-lo, era bom ouvir a sua voz, só me faltava abraça-lo para estar completa, mas era aí que a distância entrava, mas nem isso me fez desistir, pois nem isso me dava vontade de desistir daquilo que tinha-mos. Certo dia entrei e ele falou que estava a minha espera que tinha algo sério a dizer-me fiquei assustei mas pedi que fala-se e ele mandou – eu era a preto e branco, era pálido e sereno, era um cume de magoas e segredos, era um tesouro sem mapa, era uma chave sem fechadura, era um avião sem asas, era um talvez era uma viagem sem destino, era um só e sozinho. Um dia encontrei-te, e desde logo me perdi e me encontrei novamente. Encontrei cores e pintei-me, desvendei todos os meus segredos, encontrei o mapa para o tesouro, encontrei a fechadura da chave, encontrei asas e voei…Passei a ser um sim, passei a ser um não. Segui viagem e encontrei destino, o meu destino eras tu e contigo nunca mais fiquei sozinho. Quero-te sempre aqui, namora comigo?- no meio de lágrimas e sorrisos surgiu um impulso e respondi imediatamente que sim, sem me aperceber das dificuldades que isso traria, mas afinal eu gostava de ti, não sei bem o que era, mas sabia que gostava daquele sentimento puro. Passaram alguns dias e as promessas eram cada vez mais, eu sentia-me feliz e ao mesmo tempo triste por saber que aquele romance tinha poucas chances de resultar, não por o seu tamanho, mas pelo tamanho da distância. Os dias passavam e a vontade de nos vermos, de nos tocarmos era cada vez maior. Ele falava que faria de tudo para me ver, para estar na frente dos meus olhos, mas eu tinha medo que nada disso fosse acontecer e no final da noite quando ele estava a dormir eu chorava por medo, medo que aquele novo amor me magoasse. Passaram mais de três messes e continuávamos juntos, apesar das dificuldades sabíamos que queríamos estar juntos. Um dia de manhã entrei no computador e ele estava resolvi falar com ele, depois de algum tempo de conversa ele falou – neste momento queria estar do teu lado no sofá, contigo deitada no meu colo e eu a dar-te pipocas e a beijar-te intensamente e no final do filme ia querer sair a rua de mãos dadas e dividir um gelado de nata contigo e no final do dia voltar e depois de um dia cansativo íamos fazer uma partida de vídeo game para ver a quem calharia fazer o jantar, iria deixar-te ganhar porque adoraria ver-te sorridente a salta para cima de mim a dizer o quanto sou fraco, já a noite ia querer dormir de conchinha e iria dizer-te ao ouvido o quanto te amo. No inicio da manhã iria acordar antes de ti, para ver como ficas linda a dormir e o quanto me fascina ver-te acordar com o cabelo despenteado.- ao que eu emocionada respondi – A minha primeira palavra depois de acordar séria sempre um amo-te para que relembrasses todos os dias que o meu coração te pertence toda eu te pertenço. Iriamos trocar presentes no dia dos namorados e beijos no caminho até casa, no caminho até ao mercado. Ia apresentar-te pessoalmente a todas as minhas amigas e ficaria com um certo ciúmes quando todas fala-se o quanto eras lindo e quando brilhante era o teu sorriso e iria rir e falar que eras meu. Ao final de alguns tempos íamos casar e ter dois filhos uma menina e um menino tal como planeamos. Tu irias ensinar-lhe a cuidar das meninas como tu sempre fizeste e eu ensinaria a nossa princesa que nada pode impedi-la de ser feliz. Quando ambos fossem dormir iramos sentar-nos no sofá e ver o longo caminho que já percorremos e eu iria lembrar como foi bom percorre-lo do teu lado.- ao que tu disseste rapidamente, - o plano continua a ser esse?- respondi –sempre será- não percebi bem porque mas nesse exato momento falaste que tinhas um compromisso e que estavas demasiado atrasado e que não sabias se nesse dia e no próximo irias entrar, despedi-me e tu saíste. Fiquei triste e algo assustada, pensei se teria dito algo que te fez querer ficar longe de mim, algo que te levasse a querer desaparecer por um pouco, resolvi sair do computador e deitei na cama queria parrar de pensar um pouco, até que acabei por adormecer. Até que acordei com a minha mãe a bater a porta –filha posso pegar no computador?- estranho ela não costumava lá ir a noite, mas como naquele dia nada estava certo, respondi que sim e ela foi, resolvi ir ver a minha série que já tinha começado. Quando de repente a minha mãe aparece e fala que no dia a seguir teríamos de ir ao aeroporto buscar um tio que vinha passar um dias cá a Portugal pois de momento ele estava na Bélgica a alguns anos, disse que sim, afinal o meu amor não ia estar no computador e assim nem pensava nisso. Nesse dia acordei já de tarde com a minha mãe a chamar-me constantemente, meti-me no banho e estava sem vontade de me preparar, mas a minha mãe insistia que tinha de vestir algo bonito, arranjar o cabelo e maquilhar-me e enfim já que ela pedia tanto resolvi fazê-lo. Ao chegar ao aeroporto estava já um pouco escuro, as horas passavam e ele não chegava, a minha mãe só dizia que o voo era longo, que era demasiado longo. Até que as pessoas começam a chegar levantei da cadeira e fui para junto do lugar onde as pessoas estavam a sair. E de um momento para o outro vejo ao longe um rapaz alto, moreno e com o cabelo preto, era ele. Era o meu amor, o rapaz da internet, naquele momento corri para abraça-lo, não conseguia falar, não conseguia pensar como estava aquilo a acontecer, apenas conseguia chorar, chorar de felicidade. Até que ele sussurra no meu ouvido –o plano continua a ser o mesmo- respondi que sim e ele disse – estou aqui, para sempre, amo-te princesa-.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

preciso que me roubes do mundo, nem que seja apenas por um dia uma tarde, uma hora, um minuto, um segundo até, mas preciso que me leves dessa tristeza, desse acumular de problemas, de coisas sem sentido que magoam, sei lá só preciso que me leves para os teus braços e me faças sentir protegida no calor do teu abraço e na suavidade da tua voz. vem me roubar do mundo, só hoje.
Não te iludas, palavras bonitas não alimentam um amor eternamente.