sábado, 2 de fevereiro de 2013

Querido diário...




Meu mundo, 1 de Fevereiro 2013
Querido diário…
            Hoje foi um dia daqueles que eu desejaria não ter vivido, daqueles que tempo nenhum apaga.
            Aquela pessoa que ultimamente me nutria, me dava tanto amor, tanta alegria, havia partido, não para um lugar no céu, mas para um destino diferente do meu, um novo caminho. Não sei o que mais doeu se o facto de ele ter ido ou de ter ido sem justificação, sem motivo aparente.
            Tenho dito a todos que estou bem, mas só tu querido diário, sabes a dor que realmente sinto, o vazio que preenche a minha alma e a frieza que invadiu o meu coração. Como eu queria que fosses alguém real, que fosses bem mais que folhas repletas de palavras carregadas de sentimentos, mas não és, és apenas um diário, o diário da rapariga solitária e que todos trocam.
            Não me deveria queixar não é? Afinal eu ainda te tenho, ainda te tenho a ti para ouvir os meus problemas e guardá-los. Não és como aquelas pessoas que me chamam de amiga, que fingem importar-se e depois brincam com os meus problemas nas costas. Por isso eu sorrio…Ainda tenho a capacidade de sorrir, de fingir que sou feliz e só quando paira o luar eu deixo as lágrimas seguirem o seu trajeto e deixo a caneta deslizar sobre ti e toda a força se vai, fico esposta.
            E todas os dias a história se repete. É como a vivência constante da mesma página, de um livro. Por mais que eu tente escrever uma nova página neste livro que é a vida, todos têm o mesmo desenrolar, é como se o passado me perseguisse, me prendesse na mesma página, na mesma rotina.
            Sou alguém solitário, tu sabes diário, acho que só tu sabes e não me vês, mas sabes o que sinto, o que me vai por dentro, mais ninguém sabe, pois ninguém iria entender. Por isso choro, magoo-me, passo noites em claro, fingo sorrisos, mas nem importa, diário, afinal é tudo uma questão de hábito e eu estou mais que acostumada a esta dor, a este vazio, a está vida monótona e solitária.
            Acho que estou melhor agora. Escrever sempre me faz bem, e melhor do que a terapia anterior, onde os vidros rasgavam a minha pele e deixavam o sangue fluir. Mas isso acabou, aliás já nem marcas restam, pelo menos marcas físicas, porque psicologicamente não estou curada, não estarei, não enquanto a dor estiver presente em mim. Mas para todos eu estou bem, então para eles fingirei eternamente.
            Vemo-nos depois, em breve eu penso. Obrigada querido amigo.

Daniela Leite.

Sem comentários:

Enviar um comentário