Quando a
carência nos invade totalmente, quando nós tornamos mendigos de carinho, de
atenção, de amor, qualquer pessoa serve, qualquer pessoa disposta a dar um
pouco de amor, a cortar as nossas lágrimas, é capaz de nós preencher vagamente
o vazio do peito. Mas quando realmente o coração parece coberto de pequenas ilusões,
de pequenas esperanças, parece confortável e feliz, tu entendes que não é
aquilo que queres. A abundância de palavras já não é suficiente, passamos a não
querer mais as palavras que em tempo mendigamos, o carinho que em tempo nós
confortou, queremos mais que isso, queremos um amor que nós nutre, que nós
fascina pelas atitudes e que nós excita pelo calor. A verdade é que agora
ilusões permanentes não colam mais, a chuva não esfria mais o corpo, nem a voz acelera
mais o coração. Parece-me o limite, não quero mais palavras. Eu agora quero um
amor quente, doce mas quente.
Sem comentários:
Enviar um comentário