segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

quente


Quando a carência nos invade totalmente, quando nós tornamos mendigos de carinho, de atenção, de amor, qualquer pessoa serve, qualquer pessoa disposta a dar um pouco de amor, a cortar as nossas lágrimas, é capaz de nós preencher vagamente o vazio do peito. Mas quando realmente o coração parece coberto de pequenas ilusões, de pequenas esperanças, parece confortável e feliz, tu entendes que não é aquilo que queres. A abundância de palavras já não é suficiente, passamos a não querer mais as palavras que em tempo mendigamos, o carinho que em tempo nós confortou, queremos mais que isso, queremos um amor que nós nutre, que nós fascina pelas atitudes e que nós excita pelo calor. A verdade é que agora ilusões permanentes não colam mais, a chuva não esfria mais o corpo, nem a voz acelera mais o coração. Parece-me o limite, não quero mais palavras. Eu agora quero um amor quente, doce mas quente.

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